terça-feira, 6 de abril de 2010

Mantenha-me ocupada


Mantenha-me ocupada, sobrecarregada, ofuscada, embriagada, para não ver morrer para mim o seu amor.
Mantenha-me ignorante, saltitante, alucinada, castigada, para não enlouquecer de amor.
Mantenha-me ébria, aérea, vazia, para não perceber sua ausência.
Mantenha-me no ar, no mar, no infinito, para não ouvir seu grito que ecoa em minha alma.
Mantenha-me no infinito, para aquecer o gelo que você deixou.
Mantenha-me submissa, cativa, presa no tempo, no espaço e no aço de seu frio ser.
Arranque de mim esse doce castigo, acorrenta-me o corpo livrando-me da dor.
Porque qualquer ferimento físico não será maior do que a recusa do seu amor.

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